20.4.10
o tempo perdido
Bati no portão do tempo perdido, ninguém atendeu.
Bati segunda vez e mais outra e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera
pela metade; a outra metade são cinzas.
Casa onde não mora ninguém, e eu batendo e chamando pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater. O eco devolve minha
ânsia de entreabrir esses paços gelados.
À noite e o dia se confundem no esperar,
no bater e bater.
O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado.
Carlos Drummond de Andrade
mulher que lê
Um casal sai de férias e vai para um hotel-fazenda. |
Moral da Historia:
Nunca discuta com uma mulher que lê. Com certeza, ela pensa!!!!!!
6.4.10
Maratona
Adoro interagir com pessoas quando estão mais expostas.
Quando todas as camadas de arrogância e vaidade foram eliminadas e abandonadas ao longo do caminho. A maratona arranca sem dó as camadas externas de nossas defesas e deixa o mundo cru, vulnerável e nu. É aqui que se vislumbra a alma de um indivíduo. Cada insegurança e falha de caráter ficam abertas e expostas para todo mundo ver. Nenhuma comunicação é mais real, nenhuma expressão é mais honesta. Não sobra nada para esconder.
A maratona é o grande equalizador. Cada movimento, cada palavra pronunciada e não pronunciada é a verdade radiante. O véu foi removido. Esses são os momentos intensos da interação humana para os quais vivo.
Trecho do livro “50 maratonas em 50 dias” de DEAN KARNAZES.