Meus três pintores favoritos são: Caravaggio, Modigliani e van Gogh.
Caravaggio e Modigliani ocupam o primeiro lugar (nunca consegui desempatar)
E Van Gogh ocupa o segundo lugar...
A visão de Caravaggio da pintura era incomum. Ele evitou o método padrão de fazer cópias das velhas esculturas e em lugar disso passou a pintar diretamente sobre a tela sem antes esboçar. Ele também usou pessoas da rua (prostitutas e mendigos) como seus modelos. Seus quadros dramáticos eram realçados com luz intensa e teatral.
O aspecto mais notável da sua obra é o tratamento da luz, que recebe o nome de tenebrismo. Consiste em projetar a luz sobre as formas com violência e em contraste intenso e brusco com as sombras. Seus quadros enormes nos atingem como nenhum outro, porque foram concebidos para eliminar a distância protetora estabelecida pela grande arte.
Uma luz intensa ilumina as figuras, mas em torno delas há uma escuridão completa, invadindo a zona de conforto da contemplação, ele coloca o expectador dentro da tela, e diz “sintam meus quadros”.
Pinta cenas reais, que estão acontecendo, Caravaggio era obcecado por momentos em que o ser humano era tocado por alguma coisa, o corpo físico sofre os acontecimentos e expressa às reações. . Seus quadros geralmente são grandes, com o numero de personagens reduzidos e em tamanho real.
O destaque da tela é sempre o vilão e não o herói.
A inclusão do pintor nos próprios quadros nada tinha de extraordinário a não ser pelo fato dele aparecer sempre como o vilão, o colosso da depravação e do pecado, e não como o herói.
Aparece como um ogro, seu rosto uma grotesca máscara de pecado, é uma imagem de implacável auto-acusação (remetendo ao assassinato) na monstruosa cabeça de Golias, os olhos saltando das órbitas, a boca aberta, a baba se empoçando no bambo lábio inferior, a testa vincada em dolorosa perplexidade, ao redor da ferida causada pela pedra que Davi arremessou.
Ele figura como um Baco doente ou um jovem urrando de dor, ao ser mordido por um lagarto; como a Medusa, gritando no momento da morte, o rosto emoldurado por serpentes; como o garoto que foge horrorizado, do brutal assassinato de são Mateus; como o curioso portador da lanterna que derrama luz para que se faça a maldade e se cumpra o destino.
O destino de Caravaggio foi selado em 1606 quando assassinou um homem num duelo. Fugiu para Nápoles onde tentou escapar dos problemas com a pintura, tornou-se um Cavalheiro, mas foi então aprisionado em Malta e depois finalmente chegou à Sicília. Foi perdoado pelo crime em 1610, mas morreu de febre tentando retornar a Roma.
.