31.3.11
25.3.11
A menina e o mar
Desde pequenina no mar. Este cheiro de mar que entra dentro dela e a deixa tontinha de alegria, com vontade de rir sem parar. À noite, dorme embalada por ondas. A menina sabe que nasceu no mar. Sua mãe abriu as coxas, eram duas montanhas separadas, as coxas fortes da mãe. Ela, a menina, veio lá de dentro da mãe deslizando, de dentro do buraco da mãe escorregou direto no mar. Nasceu com duas lindas cornucópias enfeitadas de conchas, uma de cada lado da cabeça, e com um rabinho verde-brilhante, rabinho este que logo se despregou do seu corpo, sem dor nenhuma, e ganhou vida própria, virou outro ser, independente.
Nascida enfim, a menina ficou flutuando no mar, entre mariscos tentadores, corolas amarelas – que ela não resistiu e, instintivamente, começou a esfregar com todo o cuidado pelo rosto, embora de forma ainda desajeitada –
tartarugas gigantes, bolhinhas de ar, cardumes de peixes listados de rosa e creme, e também aquelas algas transparentes, algas translúcidas que pela primeira vez lhe apresentaram a luz do sol, o que ela, menina, simplesmente adorou.
Feliz!!!. A depender da sua vontade jamais sairia dali, daquele mar que é o seu elemento, seu ambiente, sua morada natural: aquela leveza molhada em perpétuo movimento. Porém antes que pudesse entender o que acontecia, alguém a arrancou de lá, mãos a puxaram com força – ainda viu de relance as duas montanhas da mãe se fechando para sempre. E ela, a menina, teve de começar outro aprendizado, difícil e lento, o da sobrevivência no novo ambiente. Duro, imóvel, infinitamente mais sem graça: a terra.
Sempre que pode a menina veste seu maiozinho vermelho, que de tão gasto já está até meio pequeno pra ela e que tem um furo nas costas, segura a mão do primeiro adulto que aparece e se manda pra praia, pra areia. De braços abertos corre para abraçar o mar onde nasceu, e ali mergulha. Radiosa. Não se importa nem um pouco com os empurrões dos meninos chatos que pulam na beira, nem com os trambolhões das ondas gigantes. Ao contrário, ama ser embrulhada pelas águas, feito estrela-do-mar, feito sargaço. Esse é um brinquedo que nunca termina, recomeça a cada onda, maravilha.
Tudo ali conhece e ama, do sal da água ao picolé de fruta à balde e às forminhas, até as conchas minúsculas que gostam de se enterrar na areia molhada, mas ela, sabida, recolhe todas, para enfeitarem as torres do seu castelo de areia. Nesse castelo mora Capitulina, a princesa-sereia prisioneira, que Floro, o príncipe-tubarão, logo salvará.
— Não é assim que acontece, não, diz o adulto ao lado, ao ouvir o relato dela sobre seu nascimento no mar. — Você já está ficando grande. Tem de parar com isso, aprender como a vida é.
A menina enxerga o rosto duro do adulto, parecido com o da sua professora. Põe as mãos em concha sobre a testa, aperta os olhinhos devido à luz intensa do sol, e sorri. Com toda a paciência do mundo, explica mais uma vez o que o adulto não quer, não pode mais aprender:
— Mas é assim que eu sinto.
E dispara rumo às ondas do mar, onde nasceu barrada de espuma.
“desconheço o autor desse conto”
Oscar Wilde
Não quero adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto;
e velhos, para que nunca tenham pressa.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto;
e velhos, para que nunca tenham pressa.
Oscar Wilde
24.3.11
23.3.11
Estou tão feliz
Ontem começou meu curso de história da arte, estou tão feliz!!!!
Foram duas horas de pura magia... Dessas que a gente nem sente passar.
Um descanso para mente.
15.3.11
O mito da caverna
Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um muro alto. Entre o muro e o chão da caverna há uma fresta por onde passa um fino feixe de luz exterior, deixando a caverna na obscuridade quase completa.
Desde o nascimento, geração após geração, seres humanos encontram-se ali, acorrentados sem poder mover a cabeça nem se locomover, forçados a olhar apenas a parede do fundo, vivendo sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do sol, sem jamais ter efetivamente visto uns aos outros nem a si mesmos, mas apenas as sombras dos outros e de si mesmos.
Abaixo do muro, do lado de dentro da caverna, há um fogo que ilumina vagamente o interior sombrio e faz com que as coisas que se passam do lado de fora sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna. Do lado de fora, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras ou imagens de homens, mulheres e animais cujas sombras também são projetadas na parede da caverna, como num teatro de fantoches.
Os prisioneiros julgam que as sombras de coisas e pessoas, os sons de suas falas e as imagens que transportam nos ombros são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são seres vivos que se movem e falam.
Um dos prisioneiros, inconformado com a condição em que se encontra, decide abandoná-la. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. De inicio, move a cabeça, depois o corpo todo; a seguir, avança na direção do muro e o escala. Sai da caverna. No primeiro instante, fica totalmente cego pela luminosidade do sol, com a qual seus olhos não estão acostumados. Enche-se de dor por causa dos movimentos que seu corpo realiza pela primeira vez e pelo ofuscamento de seus olhos sob a luz externa, muito mais forte do que o fraco brilho do fogo que havia no interior da caverna. Sente-se dividido entre a incredulidade e o deslumbramento.
Ao permanecer no exterior o prisioneiro, aos poucos se habitua a luz e começa a ver o mundo. Encanta-se, tem a felicidade de ver as próprias coisas, descobrindo que estivera prisioneiro a vida toda e que em sua prisão vira apenas sombras. Doravante, desejará ficar longe da caverna para sempre e lutará com todas as forças para jamais regressar a ela. No entanto não pode deixar de lastimar a sorte dos outros prisioneiros e, por fim, toma a difícil decisão de regressar ao subterrâneo sombrio para contar aos demais o que viu e convencê-los a se libertarem também.
Só que os demais prisioneiros zombam dele, não acreditando em suas palavras e, se não conseguem silenciá-lo com suas caçoadas, tentam fazê-lo espancando-o. Se mesmo assim ele teima em afirmar o que viu e os convida a sair da caverna, certamente acabam por matá-lo. Mas quem sabe alguns podem ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidir sair da caverna rumo à realidade?
Essa fábula tem a ver também com toda forma de conhecimento quando desafia aquilo em que acreditamos e subverte nossas crenças. Na historinha em quadrinhos do Piteco, elaborada por Mauricio de Sousa, baseada no Mito da Caverna, o autor faz uma espécie de comparação entre aqueles tempos remotos e hoje, mostrando alguns homens assistindo à televisão. Platão queria nos mostrar que aqueles homens primitivos se encantavam assistindo às sombras e achavam que a vida deles fosse apenas isso e nada mais, e Mauricio de Sousa retrata que os tempos de hoje estão se tornando semelhantes ao Mito da Caverna, porque do mesmo modo que aqueles homens primitivos ficavam obcecados por aquelas sombras, os homens de hoje em dia estão obcecados pela televisão e por outros meios de comunicação.
Desde o nascimento, geração após geração, seres humanos encontram-se ali, acorrentados sem poder mover a cabeça nem se locomover, forçados a olhar apenas a parede do fundo, vivendo sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do sol, sem jamais ter efetivamente visto uns aos outros nem a si mesmos, mas apenas as sombras dos outros e de si mesmos.
Abaixo do muro, do lado de dentro da caverna, há um fogo que ilumina vagamente o interior sombrio e faz com que as coisas que se passam do lado de fora sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna. Do lado de fora, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras ou imagens de homens, mulheres e animais cujas sombras também são projetadas na parede da caverna, como num teatro de fantoches.
Os prisioneiros julgam que as sombras de coisas e pessoas, os sons de suas falas e as imagens que transportam nos ombros são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são seres vivos que se movem e falam.
Um dos prisioneiros, inconformado com a condição em que se encontra, decide abandoná-la. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. De inicio, move a cabeça, depois o corpo todo; a seguir, avança na direção do muro e o escala. Sai da caverna. No primeiro instante, fica totalmente cego pela luminosidade do sol, com a qual seus olhos não estão acostumados. Enche-se de dor por causa dos movimentos que seu corpo realiza pela primeira vez e pelo ofuscamento de seus olhos sob a luz externa, muito mais forte do que o fraco brilho do fogo que havia no interior da caverna. Sente-se dividido entre a incredulidade e o deslumbramento.
Ao permanecer no exterior o prisioneiro, aos poucos se habitua a luz e começa a ver o mundo. Encanta-se, tem a felicidade de ver as próprias coisas, descobrindo que estivera prisioneiro a vida toda e que em sua prisão vira apenas sombras. Doravante, desejará ficar longe da caverna para sempre e lutará com todas as forças para jamais regressar a ela. No entanto não pode deixar de lastimar a sorte dos outros prisioneiros e, por fim, toma a difícil decisão de regressar ao subterrâneo sombrio para contar aos demais o que viu e convencê-los a se libertarem também.
Só que os demais prisioneiros zombam dele, não acreditando em suas palavras e, se não conseguem silenciá-lo com suas caçoadas, tentam fazê-lo espancando-o. Se mesmo assim ele teima em afirmar o que viu e os convida a sair da caverna, certamente acabam por matá-lo. Mas quem sabe alguns podem ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidir sair da caverna rumo à realidade?
Essa fábula tem a ver também com toda forma de conhecimento quando desafia aquilo em que acreditamos e subverte nossas crenças. Na historinha em quadrinhos do Piteco, elaborada por Mauricio de Sousa, baseada no Mito da Caverna, o autor faz uma espécie de comparação entre aqueles tempos remotos e hoje, mostrando alguns homens assistindo à televisão. Platão queria nos mostrar que aqueles homens primitivos se encantavam assistindo às sombras e achavam que a vida deles fosse apenas isso e nada mais, e Mauricio de Sousa retrata que os tempos de hoje estão se tornando semelhantes ao Mito da Caverna, porque do mesmo modo que aqueles homens primitivos ficavam obcecados por aquelas sombras, os homens de hoje em dia estão obcecados pela televisão e por outros meios de comunicação.
As tiras d'os gatos da santa casa
Genial a sacada do sociólogo e cartunista Toni D’Agostinho.
Para quem gosta de um pouquinho de ironia, uma pitada de cinismo e, além disso, ama os gatos... e ama São Paulo o prato está cheio!!!
Os gatos e seus comentários são um reflexo de quem vive na megalópole e acaba, por vezes, tratando com indiferença e ironia o que deveria causar indignação.
Os Gatos da Santa Casa, "As tiras d'Os Gatos da Santa Casa têm o objetivo de quebrar esse automatismo e mostrar que somos responsáveis pelo mundo que aí está", diz Toni.
você
Você não pode ser outro alem de você mesmo
Então relaxe...
A existência necessita de você tal como é.
Osho
14.3.11
9.3.11
Karl Popper
Popper argumentou que a teoria científica será sempre conjectural e provisória. Não é possível confirmar a veracidade de uma teoria pela simples constatação de que os resultados de uma previsão efetuada com base naquela teoria se verificaram. Essa teoria deverá gozar apenas do estatuto de uma teoria não (ou ainda não) contrariada pelos fatos.
O que a experiência e as observações do mundo real podem e devem tentar fazer é encontrar provas da falsidade daquela teoria. Este processo de confronto da teoria com as observações poderá provar a falsidade da teoria em análise. Nesse caso há que eliminar essa teoria que se provou falsa e procurar outra teoria para explicar o fenômeno em análise. Em outras palavras, uma teoria científica pode ser falsificada por uma única observação negativa, mas nenhuma quantidade de observações positivas poderá garantir que a veracidade de uma teoria científica seja eterna e imutável.
Afirmam que só é científica aquela teoria que possa ser falseável (refutável). Nos dias de hoje, verifica-se que o falsificacionismo popperiano não é princípio de exclusão, mas tão somente de atribuição de graus de confiança ao objeto passível do crivo científico.
Para Popper a verdade é inalcançável, todavia devemos nos aproximar dela por tentativas. O estado atual da ciência é sempre provisório.
Ao encontrarmos uma teoria ainda não refutada pelos fatos e pelas observações, devemos nos perguntar, será que é mesmo assim? Ou será que posso demonstrar que ela é falsa?
Não podemos afirmar... "todos os cisnes são brancos". Este método é claramente inválido em lógica, uma vez que será sempre possível que exista um cisne não-branco que por algum motivo não tenha sido observado.
" a verdade é inalcançável"
Karl Popper
Perdermi
"Perdermi in questo amore folle, è la follia della mia vita. Ma mai, come in questo momento, ho tanto amato essere folle".
A.
1.3.11
Il sesso e l'amore
Il sesso
cerca la tormenta,
chiaro che dopo si spaventa.
Perché il sesso
non trova mai la soluzione,
è un insicuro irrazionale.
Si, perché l’amore
è forte come il vento,
ma dopo che ci sei stato a letto
cambia atteggiamento.
E allora lì diventa logico e patetico
e allora lì… e allora lì…
Il sesso dice che è un po’ stanco,
è davvero stronzo!
Non si sente pronto!
È chiaro che l’amore pensa, ripensa
e conclude che secondo lui
È il sesso che rovina sempre tutto,
perché il sesso è l’amore con il trucco.
Il sesso li ti lascia vuoto dentro.
Il sesso ha rovinato il mondo,
perché il sesso non prende decisioni serie,
trova scuse, non vuole star con te…
E la poesia dov’è?
Cioè, mettiamo il caso
che un sesso dice ad un amore
io ti bacerei lì
lì sulla caviglia
all’altezza, l’altezza della Puglia
poi risalgo su, fino a Bologna
poi riscendo giù, giù fino a Firenze
poi mi fermo un mese su a Milano
L’amore dice “sei un cretino”
o basta molto meno
“cercati un lavoro!”
E’ chiaro che il sesso
pensa, ripensa e conclude
che secondo lui
È l’amore che
capisce sempre male,
è l’amore che
non sa giocare,
si perché l’amore crede nell’amore si,
ma sotto il nome di un segno zodiacale
Poi l’amore si compra mille scarpe
e non lo sa che il sesso
lo guarda un po’ più su!
Furbi!
Siamo sempre troppo furbi!
Ma il sesso e i sentimenti
sono degli intelligenti
E’ il sesso, è l’amore…
Siamo allo sbando!
cerca la tormenta,
chiaro che dopo si spaventa.
Perché il sesso
non trova mai la soluzione,
è un insicuro irrazionale.
Si, perché l’amore
è forte come il vento,
ma dopo che ci sei stato a letto
cambia atteggiamento.
E allora lì diventa logico e patetico
e allora lì… e allora lì…
Il sesso dice che è un po’ stanco,
è davvero stronzo!
Non si sente pronto!
È chiaro che l’amore pensa, ripensa
e conclude che secondo lui
È il sesso che rovina sempre tutto,
perché il sesso è l’amore con il trucco.
Il sesso li ti lascia vuoto dentro.
Il sesso ha rovinato il mondo,
perché il sesso non prende decisioni serie,
trova scuse, non vuole star con te…
E la poesia dov’è?
Cioè, mettiamo il caso
che un sesso dice ad un amore
io ti bacerei lì
lì sulla caviglia
all’altezza, l’altezza della Puglia
poi risalgo su, fino a Bologna
poi riscendo giù, giù fino a Firenze
poi mi fermo un mese su a Milano
L’amore dice “sei un cretino”
o basta molto meno
“cercati un lavoro!”
E’ chiaro che il sesso
pensa, ripensa e conclude
che secondo lui
È l’amore che
capisce sempre male,
è l’amore che
non sa giocare,
si perché l’amore crede nell’amore si,
ma sotto il nome di un segno zodiacale
Poi l’amore si compra mille scarpe
e non lo sa che il sesso
lo guarda un po’ più su!
Furbi!
Siamo sempre troppo furbi!
Ma il sesso e i sentimenti
sono degli intelligenti
E’ il sesso, è l’amore…
Siamo allo sbando!
Povia
Clarice Lispector
"Tenho que ter paciência para não me perder dentro de mim.
Vivo me perdendo de vista.Preciso de paciência porque sou vários caminhos, inclusive o fatal beco sem saída."
Clarice Lispector
Assinar:
Postagens (Atom)